Amados amigos do Caminhos,
Algumas vezes em nossas vidas nos sentimos como se estivéssemos em um
vale.
Por várias razões o Senhor permite que experimentemos as consequências
da nossa saída do Jardim.
Não que tenhamos cometido um pecado específico e agora estaríamos
recebendo um castigo por causa desse pecado.
O fato é que todos nós levamos as sequelas desse desvio da
humanidade.
Os desastres, as doenças, as calamidades, os roubos, o trabalho com
suor, enfim, são coisas que não estavam nos planos de Deus para o ser
humano.
Mas há um fato que ultrapassa, em tudo, esses outros fatos sombrios: o
Senhor veio para fora do Jardim para andar conosco!
Por enquanto, estamos fora do Jardim, mas contamos com Ele para passar
por esse trecho. Estamos caminhando de volta para o lugar de onde nunca
deveríamos ter saído.
Jesus é a companhia de vocês e seu Pastor. Ele nos diz isso no Salmo
23.
As dores da caminhada fora do Jardim, com os espinhos, com as lutas que
a ausência da conversa face a face com Deus, as tentações daquele que nos
enganou, nos levando ao pecado, a tristeza de ver crianças sofrendo, famílias
destruídas, tudo isso vai passar e, daqui a pouco, vocês estarão mais
fortalecidos para consolar e orar por aqueles que estão no Caminho de volta, ou
aqueles que ainda não conhecem esse Caminho.
Precisamos, urgentemente, entender que a nossa leve e momentânea
tribulação não pode ser comparada com o eterno peso de glória que nos está
reservado pelo nosso Amado Jesus, que passou por esse mesmo caminho de dores, e
agora nos leva gentilmente de volta para a conversa diária com o Pai, não sem
vê-Lo, mas na Sua presença total, tangível e visível.
Aquele travesseirinho que Jesus usou no barco, durante a tempestade,
está à nossa disposição para fazer descansar a nossa cabeça tão cheia de
dúvidas, interrogações.
Tenhamos firmes esse travesseiro que o escritor aos Hebreus põe à nossa
disposição:
Por isso, Deus, quando
quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu
propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis,
nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já
corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual
temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus,
como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque. Hb 6:17-20
A angústia das tempestades, de todas elas, cessará. As lágrimas serão
enxugadas, voltaremos a ser cheios de total e indizível alegria e gozo na
presença Daquele que não poupou Seu próprio Filho, encherá todos os nossos dias
e a caminhada fora do Jardim não será mais que uma triste lembrança que nos
fará glorificar o Crucificado por toda a eternidade.
A falta de santidade acabará.
A Igreja não mais se afastará de seu Noivo. Os seus olhos brilharão
novamente na presença do Esposo, e nós, companheiros de jugo, descansaremos de
nossas obras do ministério, assim como o Senhor Jesus descansou de seu penoso
trabalho.
Falta pouco. Quero alentá-los que os próximos dias serão mais difíceis
e trabalhosos, pois o inimigo de nossas almas não descansará, pois, sabendo o
que lhe está reservado procurará atrair muitos consigo à queda.
Tenhamos firmeza ao nos apegar com mais diligência às verdades ouvidas,
para que em tempo algum nos desviemos delas.
A segurança está em fixar os nossos olhos naquele
que está à nossa frente, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé,
Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz,
não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.
Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos
pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa
alma.
Ele buscava uma recompensa e essa recompensa não
era a glória que já tinha e nunca lhe foi tirada, mas era a visão de ver
restaurada a sua criação em plenitude.
Ele vai cantar louvores ao Pai no meio da Sua
congregação quando nos apresentar a Deus dizendo: "Eis aqui os filhos que tu me deste, e eu não me envergonho de
chama-los de meus irmãos". (Hb 2:11-13
19 Tendo, pois,
irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20
pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua
carne, 21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 aproximemo-nos, com
sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má
consciência e lavado o corpo com água pura. 23 Guardemos firme a confissão da
esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. 24 Consideremo-nos
também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. 25 Não
deixemos de congregar- nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. Hb 10
Ele, o que estava com os discípulos no caminho de
Emaús, está com vocês. Fiquem firmes. Sejam fortes. Repito, essa tribulação é
leve e passageira, comparada com o Eterno peso de Glória que está reservado
para os filhos do Senhor, agora e para sempre.
E, assim como aos
homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim
também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de
muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação. Hb 9:27,28
O caminho à frente será mais pesado, pois estaremos no final de uma
maratona. Precisamos deixar todo peso e pecado, que nos assedia, todos os dias
e tão de perto.
É preciso correr agora, não mais com os que andam a pé, mas com aqueles
que andam a cavalo. Será mais difícil.
Mas temos um troféu, que é a soberana vocação de sermos semelhantes ao
que nos criou, nosso Deus Jesus.
Isso, sendo posto todos os dias diante de nós, será o nosso
combustível, nosso alento e o nosso desafio.
Deixem o amor do Senhor inundar suas vidas e passar através de vocês
para aqueles que estão sem a Esperança.
Como os nossos irmãos no passado, que morreram na fé, sem ter obtido as
promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram
estrangeiros e peregrinos sobre a terra, assim também deve ser a nossa atitude:
saudar e confessar aquilo que está preparado para nós.
Essa confissão, movida pela fé que vê o que os olhos naturais não podem
ver, será, dia após dia, a nossa âncora, posta no Lugar Seguro, no Lugar Alto,
que é o nosso amado Jesus, socorro e refúgio no dia da tribulação.
Um abraço de seus companheiros no caminho da Cruz.
Em Cristo,
Irani e Jamê Nobre